Uma carta à Aquiles

Olho pela janela.
Já não está mais,
senão tudo o que não presta. 

Num círculo de cantorias,

nossa interação é fraca.
Permaneço sentado
junto à piscina.
As águas me chamam
e querem absorver-me.

Já não me sinto seguro. 

O oitavo andar esconde coisas horríveis.

Chamamos os guerreiros,

ultrapassamos os muros,
alcançamos o terreno inimigo. 

Quem ainda vai estar com você, 

quando a guerra bater em sua porta ?

Corpos e mais corpos,

jogados num canto,
longe da sociedade,
assombram a noite 
assim que se erguem,
diziam os mais idosos. 

Soldados armados

nos esperam em frente ao portão. Fuja! 
Nos veremos outro dia,
mas não me esqueça. 
Não esteja ocupado quando eu voltar.

Para garantir a vitória, 

enviarei um grupo de suicídio .
Você estará no próximo grupo.
Por favor, fuja !

Para andarmos juntos

precisamos nos guiar.
Abra aquele livro
e conseguirá
me achar.
Leia estas linhas tortas
e veja que sou amplo
deitado nestas folhas de relva.

Esmalte seu rosto, 

cubra sua cor, 
esconda-se entre os "puros".

O sol ainda brilha

e o céu permanece claro.
Tuas curvas detonam 
todo este romance guerreiro,
que não desiste de ti.

O escuro

nos absorve,
nos consome,
durante a noite
parece estar
observando-me.

As estrelas apagadas

do meu quarto
iluminam a noite.
Tua estrada distante
é calma, a minha, agitada
no fundo da garrafa de vodka. 

O escuro dos olhos fechados, 

trás tua imagem.
Dá-me um beijo de boa noite. 
Noite calma e agitada ao mesmo tempo.

Tu, que és meu calcanhar de Aquiles.

Minha fraqueza e ao mesmo tempo, força.
Levante-se deste chão sangrento,
te deixarei em casa antes da chuva cair.

Não me beije esta noite. 

Dentre os beijos quero teus arranhões
para cuidar e deixar-te perfeita
nos meus braços.

Esperarei por ti o tempo que for.

Então vá, viva !
Que de paciência teu sorriso me preenche.


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